Eles explodiram na cultura pop brasileira no último ano. Com milhões de espectadores em seus canais do YouTube e no Instagram, os fenômenos das redes sociais foram convocados pelas editoras para repetir nas prateleiras o sucesso que fazem na web. Não à toa, terão destaque na 18ª Bienal do Livro, que acontece de 31 de agosto a 10 de setembro, no Riocentro. Entre as estrelas desta edição, estão Kéfera e Larissa Manoela, ambas com mais de dez milhões de seguidores na web.
— Muitos acham que o celular, a internet e os jogos afastam o jovem cada vez mais da leitura. Mas o que vemos é uma cultura de convergência. O youtuber publica um livro e o jovem que estava afastado desse universo passa a ter o hábito da leitura — explica Tatiana Zaccaro, diretora da Bienal.
Enquanto na edição anterior o espaço dedicado aos jovens tinha capacidade para 90 pessoas, dessa vez a Arena # Sem Filtro, local de bate-papo sobre assuntos de interesse desse segmento, terá 400 lugares.
Com curadoria da cineasta Rosane Svartman, que é roteirista da novela teen “Malhação”, a arena trará em sua programação uma lista de influenciadores digitais, entre eles: Priscila Alcantara, Lucas Rangel, Spok, Malena Nunes e Lelezinha. As autoras internacionais Leysa Rayven e Gayle Forman também estão confirmadas no evento.
Outro nicho que terá destaque na Bienal é o da cultura geek. Capitaneado pelo ilustrador Affonso Solano, o espaço Geek & Quadrinhos promete mostrar que a literatura também pode ser atraente para os aficionados por games, cosplay, animes e mangás.
— Há dez anos, a Bienal recebia muitas crianças, que vinham com os pais ou com visitas escolares, e depois a faixa etária do público dava um pulo para os jovens adultos. Hoje, há uma forte tendência do crescimento do público adolescente — diz Tatiana.
Assim, a Bienal pretende se manter no pódio dos eventos de maior público do Rio. Em 2015, foram 676 mil pessoas, ficando atrás apenas do réveillon e do carnaval em quórum.
Após um 2016 que esteve mais para história de terror do que para conto de fadas, o mercado de livros do Brasil começa a dar sinais de recuperação. De acordo com um balanço divulgado na quinta-feira pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), o setor fechou o primeiro semestre de 2017 com dados positivos tanto em faturamento (alta de 6,59% em relação ao ano anterior) quanto em volume de vendas (crescimento de 5,47%).
Para Marcos Pereira, presidente do sindicato, os novos autores têm papel fundamental na formação de uma nova geração de leitores.
— Não importa se a pessoa está indo à Bienal com o único objetivo de ver uma celebridade do YouTube. O que importa é que estará em contato direto com os livros. Cabe aos autores e editores o desafio de manter esse público no mundo das letras — afirma.
Transporte
O BRT é a forma indicada pela organização do evento como a mais fácil. A estação Riocentro fica bem em frente ao centro de convenções onde a Bienal é realizada.
Ingressos
A entrada custa R$ 24 (inteira) e R$ 12 (meia). Criança com menos de um metro de altura não paga. Pode ser comprado na bilheteria ou no site bienaldolivro.com.br. Autores também estão isentos.
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