Caminhando pelos corredores do Riocentro, é possível perceber um público numeroso, porém inusitado, na Bienal do Livro do Rio: crianças com cinco anos de idade ou menos, que ainda não foram alfabetizadas. Mesmo dependendo de adultos para entender o conteúdo das histórias, eles já se encantam com as ilustrações e brincadeiras relacionadas ao universo dos livros.
O espaço Bamboleio é o ponto de encontro dos pequenos. No meio das cabines com trava-línguas e contação de histórias, animadas por artistas circenses, eles se divertem e começam a ter interesse pelo universo das letras.
A recreadora infantil Gláucia Mouzinho chamava a atenção por levar um carrinho para carregar todos os livros que comprou. Na outra mão, conduzia Malu, de 4 anos, sua sobrinha. Ela levou a menina à Bienal enquanto a irmã, mãe de Malu, ficou com seu bebê em casa.
“Eu acho importante a criança entrar desde cedo em contato com a literatura, porque você abre o mundo da imaginação para ela, ainda mais diante de uma realidade tão dura como a que vivemos”, afirma Gláucia, que se orgulha de poder levar a sobrinha ao evento.
O funcionário público Bruno Maia e a enfermeira Jéssica Costa são pais de Gabriel, de 5 anos, que já aprende as primeiras letras, e Bernardo, que ainda não sabe ler. Eles acreditam que a formação cultural da criança acontece antes delas serem alfabetizadas.
“Estamos mostrando a qualidade da cultura desde já, que sabemos que vai melhorar a qualidade do aprendizado”, conta Bruno.
Jéssica completa mostrando os livros que estavam levando. “Compramos livros de histórias que lemos para eles. A leitura é importante desde já”, destaca a enfermeira.
As amigas Thaís Salu e Renata Lis foram ao Riocentro com os filhos, que ainda são bebês. O filho da bancária Thaís, Nicolas, de 1 ano e 3 meses, já tem alguns livrinhos para chamar de seus. “Eu comprei para já estimular o gosto pela leitura”.
Já Renata, mãe de Samuel, de 1 ano e 4 meses, que é professora, conta que levou o filho para a Bienal com o mesmo objetivo. No entanto, ela critica a falta de estrutura para as crianças. “Não há muita estrutura para os bebês. No caso deles, que não comem a comida da praça de alimentação, há dificuldade para esquentar a comida. Ninguém quer emprestar o micro-ondas”.
Apesar das dificuldades estruturais, ela lembra qual é a importância da visita. “Eu trouxe para estimular desde cedo”, conta Renata.
O espaço Bamboleio tem como objetivo fazer com que as crianças participem de brincadeiras que também mostrem as culturas de outros países, para que desde cedo saibam conviver com as diferenças e se tornem adultos mais tolerantes.
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